As doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) são doenças que se espalham de uma pessoa para outra através do contato sexual genital, anal ou oral e são de ocorrência muito comum. Os Estados Unidos da América tem registrado a maior taxa de doenças sexualmente transmissíveis no mundo.
2/3 de todas as DSTs ocorrem em adolescentes e adultos jovens, abaixo de 25 anos. Um em cada quatro adolescentes ativos sexualmente já teve algum tipo de DST antes dos seus 21 anos. Existem mais de 20 tipos diferentes de doença sexualmente transmissível. Os tipos mais comuns são herpes simples, verrugas genitais, molusco contagioso, chato, escabiose, clamídia, gonorréia, sífilis, hepatite B e C e HIV-AIDS.
Como saber se alguém tem uma DST?
Algumas infecções são facilmente espalhadas quando há um indivíduo infectado, mesmo que este não apresente sintomas. Na maioria das vezes não se pode dizer que alguém tem uma DST. As pessoas podem não saber se estão infectadas ou perceber algo a respeito disso. Se tiver uma relação sexual com uma pessoa infectada, pode se tornar infectado. Não existe ninguém que seja tão jovem ou tão velho, tão rico ou tão pobre que esteja imune a adquirir uma DST.
Tipos de DSTs
Vírus do herpes simples: produz vesículas que coçam inicialmente e depois tornam-se dolorosas nas áreas genitais e podem recorrer. A doença é transmitida de uma pessoa para outra por contato de áreas genitais ou não genitais ou de contatos físicos íntimos. O vírus pode ser transmitido durante lesões assintomáticas, assim como um recém-nascido pode tornar-se infectado durante o seu nascimento, portanto precauções apropriadas devem ser tomadas na época do parto. Existem dois tipos de herpes simples: o herpes simples tipo I e o herpes simples tipo II. Cerca de 30% de infecções pelo herpes simples tipo I são causadas pelas reações sexuais orais. O herpes simples tipo II é mais frequentemente o causador do herpes genital. Recaídas são tratadas e terapia pode também ser dada para diminuir a possibilidade da transmissão, quando não existem sintomas.
Verrugas genitais (vírus do papiloma humano – HPV): o vírus do papiloma homano (HPV) causa lesões na forma de verrugas, lembrando uma pequena couve-flor, que crescem em tamanho e número e são transmitidas pelo contato de uma pessoa a outra. Certos tipos de HPV podem produzir lesões enegrecidas ou da cor da pele e pode estar associadas ao câncer de colo de útero. O HPV pode ser detectado durante o exame físico. Em mulheres grávidas infectadas, os recém-nascidos podem ser infectados durante o parto e precauções devem ser tomadas para evitar essa contaminação. Verrugas são tratadas por métodos cirúrgicos ou químicos e podem reaparecer após o tratamento o que requer múltiplas visitas ao médico dermatologista.
Molusco contagioso: produz pequenas pápulas brilhantes que se espalham no contato da pele. Pode ser transmitido de maneira não sexual em crianças. O molusco geralmente pode aparecer isoladamente em indivíduos adultos saudáveis, mas podem se tornar persistentes e até mesmo se espalhar. Existem muitos tratamentos efetivos incluindo, curetagem, criocirurgia e medicações tópicas. Como todas as doenças, todas as possibilidades de contato e fontes de infecção devem ser avaliadas.
Chato ou piolho pubiano: são pequenos parasitas que infectam os pelos pubianos e causam prurido, botando pequenos ovos no folículo piloso, e, a infestação continua até ser tratada com medicação que mata esses parasitas. Higiene adequada é necessária para eliminar o problema tanto quanto prevenir a reinfecção. A fonte da infecção deve ser encontrada e tratada.
Escabiose: causada por um parasita microscópico que se esconde sob a pele e causa um prurido severo, ele se espalha por contato físico não necessariamente sexual e é tratado com medicações que matam esses animais. Higiene adequada também é necessária para eliminar essa infestação assim como prevenir a reinfecção. Isso geralmente envolve o tratamento de todos os indivíduos que moram na casa.
Clamídia: é uma infecção que pode causar saída de secreção da vagina ou pênis mas pode não ter sintomas, tornando-a indetectável. Sem sintomas, a infecção pode rumar para uma doença inflamatória pélvica em mulheres que podem dificultar uma gravidez. Se uma mulher com clamídia engravida, o recém-nascido pode ser infectado. Após a cultura, a clamídia pode ser curada por antibióticos. Entretanto, diagnóstico e tratamentos precoces são importantes.
Gonorréia: pode não ter sintomas, pode produzir uma descarga de secreção amarelada da vagina ou pênis ou produzir sensação de queimação durante a micção, podendo causar doença inflamatória pélvica e esterilidade em mulheres. Se a mulher com gonorréia engravidar, o recém-nascido pode ser infectado durante o parto. Diagnóstico correto, seguido de tratamento com antibióticos é necessário. O parceiro também precisa ser tratado.
Sífilis: causa úlceras não dolorosas mais frequentemente nos genitais e boca. São lesões avermelhadas podem evoluir se não tratadas. Sífilis pode afetar o coração, vasos sanguíneos, cérebro e sistema nervoso. Uma criança pode se tornar infectada durante a gravidez. A sífilis pode ser curada com antibióticos e o parceiro também precisa ser tratado.
Hepatite B e C: tanto a hepatite B, quanto a C podem ser transmitidas sexualmente. Hepatite B pode causar febre, dor muscular, vômito, diarréias e danos hepáticos. Essa é a única doença sexualmente transmissível que pode ser prevenida com vacina. O sintoma principal da hepatite é a coloração amarela da pele chamada icterícia. Já a hepatite C é a causa mais comum de doença hepática crônica e pode evoluir para transplante hepático. Não há vacinas para preveni-la.
HIV (AIDS): o vírus da imunodeficiência humana corrói o sistema imunológico, do qual pode resultar em infecções, diarréias, febres, perda de peso e pode ser fatal. Além da transmissão sexual, pode ser transmitido para o feto durante a gravidez, no parto ou amamentação. Tratamentos estão disponíveis, mas atualmente não há cura ou vacina para preveni-la.
Como se proteger das doenças sexualmente transmissíveis?
O único método que funciona 100% das vezes é abster-se do sexo genital, oral ou anal, ou ter um parceiro ao longo da vida monogâmico, e, que não esteja infectado. Preservativos podem prevenir da infecção de Dsts, que podem se espalhar por fluidos corporais através de sêmen, sangue ou vagina, mas precisam ser usados adequadamente. Se não cubrirem todas as áreas dos genitais, os preservativos não podem garantir proteção completa contra as DSTs como herpes, verrugas genitais, sífilis, molusco contagioso, chato e escabiose, que podem espalhar-se por tocar outras áreas nos genitais. Lembre-se que existe mais de um tipo de DST que pode ser transmitida. Pílulas para controle contra gravidez protegem apenas contra a gravidez, mas não contra as DSTs. Álcool e drogas podem tornar mais difícil para se proteger, devido à dificuldade de julgamento sob seus efeitos. Não pode dizer apenas por um olhar se alguém possui DST ou não. Para melhores informações, diagnóstico precoce e tratamento procure um dermatologista.
Quais os principais sintomas dessas doenças?
Geralmente aparecem como corrimentos vaginais ou uretrais, úlceras genitais, tumores na virilha, pequenas vesículas (bolhas com conteúdo líquido) ou verrugas em região genital. Muitas vezes os principais sintomas são a coceira e dor no local da lesão. Em alguns casos, como nas hepatites e AIDS, a parte genital serve apenas como porta de entrada, não tendo sinais especiais nesses locais. O surgimento de qualquer um desses sinais ou sintomas indica a necessidade de procurar um médico. Não procure resolver a situação apenas com amigos, paramédicos ou no balcão da farmácia. Essas doenças podem ter consequências ruins quando não diagnosticadas e tratadas corretamente.
Como diagnosticar essas doenças?
A consulta ao médico é indispensável para diagnosticar uma DST. Esse profissional tem o conhecimento para diferenciar as diversas formas de apresentação da doença e indicar qual o exame laboratorial mais indicado para comprovar definitivamente a presença da DST. Os testes podem ser realizados com material da lesão genital ou pela pesquisa de marcadores da doença no sangue (sorologia). Como algumas lesões podem ser semelhantes, mesmo em doenças diferentes, o médico pode solicitar mais de um teste laboratorial para ter certeza do tipo de DST.
Existe tratamento para DST?
Existe tratamento para todas as doenças sexualmente transmissíveis, e por aquelas ocasionadas por doenças e fungos, existem cura após o tratamento. Para aquelas cujo o agente causal é um vírus, existe controle medicamentoso.
Existe alguma forma de prevenir essas doenças?
A prevenção das DSTs se baseiam no uso de preservativos (camisinha) durante a relação sexual. A limitação da quantidade de parceiros sexuais diminui a chance de contato com os agentes dessa doença. A presença de qualquer lesão em genitália ou secreção vaginal/uretral deve servir como sinal de alarme. Nesses casos, até que se consulte um médico, o contato sexual deverá ser evitado.
As DTS podem ocasionar complicações?
Sim. As pessoas com DSTs, por apresentarem lesões na genitália, tem até 18 vezes mais chances de contaminação pelo vírus do HIV. As infecções pelo papiloma vírus ou pelo vírus da hepatite B estão relacionadas com o aparecimento de câncer. Os fetos de pacientes infectadas por sífilis podem nascer com mal formações. A infertilidade é uma das complicações das pessoas infectadas com gonorréia.